por Beatriz Nantes
Se existe um sentimento que parece acompanhar a maternidade desde o primeiro dia, é a culpa. Ela se infiltra silenciosamente, em pequenos momentos do dia a dia: quando não conseguimos estar presentes em uma atividade, quando nos sentimos exaustas ou quando as expectativas que criamos para nós mesmas parecem desabar.
A culpa materna é um peso invisível, mas incrivelmente real. É um fardo que muitas de nós carregam, e que, muitas vezes, não têm coragem de compartilhar. Mas a verdade é: ninguém pode carregar tanto sem se sentir sobrecarregada. Hoje, vamos falar sobre como aliviar esse peso e aprender a equilibrar o que esperamos de nós mesmas com a realidade do que somos e podemos oferecer.
De onde vem a culpa materna?
A culpa que sentimos não nasce do nada. Ela é fruto de uma série de expectativas — muitas vezes irreais — que absorvemos ao longo da vida. Aqui estão algumas das fontes mais comuns:
Expectativas sociaisA sociedade frequentemente pinta a imagem da mãe perfeita: sempre presente, sempre paciente, sempre cheia de energia. Esse ideal inalcançável pode fazer com que qualquer pequeno deslize pareça uma falha enorme.
Pressão internaAlém das cobranças externas, nós mesmas somos nossas maiores críticas. Queremos ser tudo para nossos filhos e acabamos nos esquecendo de que somos humanas.
ComparaçõesRedes sociais podem ser uma fonte constante de culpa. Vemos outras mães postando sobre suas rotinas perfeitas e nos perguntamos: "Por que eu não consigo ser assim?".
O desejo de protegerComo mães, queremos proteger nossos filhos de todas as dores do mundo. Mas, quando algo dá errado, nos culpamos, mesmo que muitas vezes isso esteja fora do nosso controle.
Por que a culpa precisa ser enfrentada?
A culpa não apenas pesa no coração, mas também no corpo e na mente. Ela drena nossa energia, nos deixa inseguras e, muitas vezes, cria um ciclo de ansiedade e frustração. Enfrentar a culpa é essencial para que possamos ser mães mais presentes, equilibradas e, principalmente, mais gentis com nós mesmas.
Equilibrando expectativas e realidade
Se você sente que a culpa tem tomado espaço demais na sua vida, saiba que é possível ressignificá-la. Aqui estão algumas práticas que podem ajudar:
Redefina o que é ser uma "boa mãe"Ser uma boa mãe não significa ser perfeita. Significa ser amorosa, disponível e fazer o seu melhor dentro das suas condições. Lembre-se: seus filhos precisam de você real, não de uma versão idealizada.
Questione suas expectativasPergunte-se: "De onde vem essa expectativa que estou tentando atender? Ela é realista? Ou estou tentando alcançar algo que não é possível ou necessário?". Muitas vezes, reconhecer que a perfeição é um mito já é um grande alívio.
Pratique o autocuidado sem culpaO cuidado com você mesma não é um luxo; é uma necessidade. Quando você está bem, tem mais energia e paciência para oferecer aos outros. Pequenos momentos para si podem fazer toda a diferença.
Aceite que errar faz parteOs erros não fazem de você uma mãe ruim — fazem de você humana. E sabe o que é incrível? Os filhos aprendem muito observando como lidamos com nossos erros. Isso os ensina resiliência, empatia e humildade.
Converse sobre seus sentimentosAbrir o coração, seja com outras mães, amigas ou em espaços terapêuticos como os que oferecemos no MamaE Estratégias para Mães Conectadas, é transformador. Nossos grupos de terapia e serviços especializados são um espaço seguro para você compartilhar, aprender e crescer.
Você merece gentileza
A culpa materna pode ser uma companheira silenciosa, mas você não precisa deixá-la comandar sua vida. Você é suficiente, exatamente como é. Seus filhos não precisam de uma mãe que nunca erra, mas de uma mãe que ama, que tenta e que se permite ser humana.
E se em algum momento a culpa pesar demais, lembre-se: você não está sozinha. Aqui no MamaE, oferecemos psicoterapia individual, terapia em grupo e outros serviços especialmente pensados para ajudar mulheres a enfrentarem os desafios da maternidade com leveza e confiança. Porque cuidar de você é, sim, cuidar de quem você ama.
Permita-se respirar, acolher suas imperfeições e encontrar equilíbrio. Você está fazendo o melhor que pode — e isso é mais do que suficiente.
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